elo segundo ano consecutivo, os taxistas de Porto Alegre não querem que o valor da tarifa seja reajustado. Com apoio da maioria dos motoristas, o Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi) decidiu abrir mão do reajuste previsto em lei. O principal motivo é a concorrência com os aplicativos de transporte.
"Seria improdutivo solicitar o reajuste agora em função da repercussão negativa que essa notícia tem. Mesmo que o taxista percentualmente ganhe algum valor, que no caso seria 5% sobre o reajuste, a possibilidade de perder clientes faz com que esse ganho, na verdade, seja prejuízo", explica o presidente da entidade, Luiz Nozari.
A lei prevê que a tarifa pode ser reajustada a cada 12 meses ou quando os combustíveis tiverem alta de mais de 8%. No entanto, há dois anos a categoria vem abrindo mão do direito de aumento para manter as tarifas congeladas.
"Na verdade, nós estamos com a tarifa bastante defasada, mas veja bem a situação: estamos nos negando o aumento porque pode ser prejudicial para nós nesse momento", afirma o taxista Giovani Toledo Severo.
O taxista Jaime Silveira, que trabalha no ponto da Rodoviária, concorda. "Vamos abrir mão desse aumento pra poder competir e manter o nosso passageiro", diz.
A lei que regulamentava o reajuste anual da tarifa do táxi em Porto Alegre também teve alterações. O novo texto, que já passou pela Câmara Municipal e aguarda a sanção do prefeito, tira a obrigatoriedade do aumento todos os anos.
"A manifestação, o interesse pelo aumento não seria do sindicato, e sim da categoria. Os taxistas devem se reunir em assembleia, e se for do entendimento deles todos os anos, é passar ao poder público a necessidade ou não do aumento", explica o diretor de operações da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Fábio Berwanger.
Na capital gaúcha, os táxis operam com valor inicial da corrida de R$ 5,18. O km rodado com bandeira 1 custa R$ 2,59. Segundo o sindicato, os valores só devem ser alterados se houver uma significativa elevação do índice geral de preços ao longo do ano.
Segundo a EPTC, Porto Alegre tem hoje 4 mil táxis e mais de 15 mil carros de motoristas que trabalham com aplicativos. "Se o preço do táxi for melhor, a gente vai para o táxi", pondera o supervisor de montagem Rogério José Santos. "Se o aplicativo estiver melhor, qualquer um dos aplicativos, a gente passa para os aplicativos", completa.