O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que qualquer cessar-fogo na Ucrânia estará condenado ao "fracasso" se não existirem "garantias de segurança" para evitar a retomada das hostilidades.
"Será um fracasso para todo o mundo se a Ucrânia se vê obrigada a um cessar-fogo sem sérias garantias de segurança", disse no domingo à imprensa em Londres, onde participou de uma cúpula com líderes europeus que lhe deram seu apoio.
"Imaginemos que, em uma semana (depois da possível trégua), os russos começam a nos matar de novo e nós respondemos, o que seria totalmente compreensível. O que acontecerá?", continou.
Como exemplo, o presidente ucraniano citou o cessar-fogo vigente no leste da Ucrânia entre 2015 e a invasão russa em fevereiro de 2022.
"Os russos dirão o mesmo que há 10 anos, que foram os ucranianos que violaram o cessar-fogo. Traremos provas de que foram eles. E quem se beneficiará disso? Os russos e em nenhum caso nós, nem os Estados Unidos, nem o presidente americano, nem nossos colegas europeus", afirmou.
Por outro lado, disse que "não será fácil" substitui-lo de seu cargo de presidente ucraniano, apesar dos pedidos do governo americano pedindo sua saída.
Para que deixasse o cargo, como deseja o Kremlin, "não se trataria apenas de organizar eleições. Também teria que impedir que me candidate às eleições, o que seria um pouco mais complicado", disse Zelensky.
O presidente ucraniano, que busca garantias de segurança para seu país em caso de um cessar-fogo, recorou que já havia oferecido sua renúncia em troca da adesão da Ucrânia à Otan.
"Se houver Otan e o fim da guerra, significará que cumpri minha missão", disse na noite de domingo.
Zelensky participou no domingo em Londres em uma cúpula com aliados europeus, dois dias depois de discutir com Trump na Casa Branca, em um encontro transmitido ao vivo.
* AFP