A Rússia atacou no sábado com um míssil um campo de treinamento militar no centro-leste da Ucrânia, a mais de 100 quilômetros da linha de frente, deixando diversas vítimas, afirmaram autoridades ucranianas nesta segunda-feira (3).
Segundo um blogueiro militar ucraniano, Yuri Butosov, entre 30 e 40 soldados morreram e até 90 ficaram feridos. Oficialmente, não foi publicado nenhum balanço de vítimas.
"A tragédia no campo de treinamento é uma consequência horrível de um ataque inimigo", declarou no Telegram o comandante das tropas terrestres ucranianas, Mikhailo Drapati, que expressou suas condolências aos familiares dos "falecidos".
Uma deputada ucraniana, Mariana Bezugla, afirmou no Facebook que o ataque ocorreu quando os soldados estavam alinhados, e acusou o comando militar ucraniano de "estupidez" e "incapacidade para se adaptar à nova realidade".
Uma fonte militar, no entanto, rechaçou as afirmações da deputada.
"Não houve formação de fila nem congregação", disse a fonte sob condição de anonimato.
"O inimigo utilizou um míssil balístico Iskander-M com munição de fragmentação", que ficou "espalhado por uma ampla zona onde havia tendas" de soldados, apontou.
O general Drapati anunciou a abertura de uma investigação sobre o ocorrido e denunciou "decisões inoportunas e lições não aprendidas".
"A raiva me corrói por dentro", disse, atacando, sem dar nomes, os militares que "desempenham suas funções de maneira descuidada e formal" e aplicam "procedimentos obsoletos, descuidando da segurança" dos soldados.
"Não permitirei" que se esconda a verdade "sob a névoa da burocracia", acrescentou.
* AFP