O Tribunal Supremo espanhol anunciou, nesta quinta-feira (13), o encerramento da investigação por alta traição contra o líder separatista catalão Carles Puigdemont por suposta interferência russa na disputa pela independência da região espanhola.
"A câmara criminal do Supremo Tribunal concordou em arquivar" o caso de "suposta interferência russa no processo de independência da Catalunha", disse o tribunal em um comunicado.
Puigdemont estava sendo investigado por alta traição por um juiz que procurava determinar se ele tinha contatos com o Kremlin e tentava obter o apoio da Rússia para uma eventual independência da Catalunha em troca de "considerações", principalmente financeiras.
O tribunal tomou sua decisão "em consonância" com a Promotoria, que solicitou o arquivamento do processo depois que um tribunal de instância inferior decretou "a nulidade" da ordem do juiz solicitando a abertura da investigação.
O Tribunal Supremo já havia decidido em julho do ano passado encerrar outra investigação contra Puigdemont, por um suposto crime de terrorismo pelos protestos que ocorreram na Catalunha em 2019 contra as condenações de vários líderes pró-independência pela tentativa fracassada de secessão em 2017.
O ex-presidente catalão, que vive na Bélgica desde a tentativa fracassada de independência, ainda é procurado pelo sistema judiciário espanhol porque não se beneficiou da lei de anistia para separatistas catalães promovida pelo governo do socialista Pedro Sánchez.
O Tribunal Supremo decidiu que não poderia ser aplicada a Puigdemont devido às acusações de peculato contra ele.
Puigdemont, que reapareceu na Catalunha em agosto passado, mas desapareceu novamente antes de ser preso, recuperou recentemente seu peso na política espanhola, já que os sete votos de seu partido Juntos pela Catalunha são decisivos no Congresso espanhol para que o governo minoritário de Sánchez possa aprovar leis.
* AFP