O presidente argentino Javier Milei anunciou a criação de um fundo de 200 bilhões de pesos (R$ 1,09 bilhão) em assistência para Bahía Blanca, no sul da província de Buenos Aires, atingida por um temporal que deixou 16 mortos e pelo menos duas crianças desaparecidas.
A Presidência garantiu que os fundos para os atingidos serão concedidos "de maneira direta, proporcional e sem intermediários", em um comunicado compartilhado na rede social X nesta quarta-feira (12).
O mandatário visitou Bahía Blanca mais cedo nesta quarta. As inundações provocaram "graves prejuízos" a "mais de 70%" da população, afirmou hoje o prefeito Federico Susbielles em entrevista coletiva.
Milei "me disse que não deixaria Bahía Blanca sozinha na fase de reconstrução", acrescentou Susbielles, após uma reunião com o presidente.
Na sexta-feira, a cidade de 350.000 habitantes foi atingida por uma chuva que, em questão de horas, superou metade da média anual histórica.
O prefeito disse que a cidade já conseguiu "sair da fase de emergência". "Vamos nos reerguer", garantiu.
O governo nacional havia autorizado na sexta-feira uma verba equivalente a 9,2 milhões de dólares (R$ 53 milhões), enquanto Susbielles estimou que serão necessários cerca de 400 milhões de dólares (R$ 2,3 bilhões) para a reconstrução da cidade.
Socorristas ainda estão em busca de duas meninas levadas pela correnteza junto com sua mãe e uma pessoa que tentou ajudá-las, cujo corpo foi encontrado no domingo. A mulher conseguiu sobreviver.
"É provável que haja mais mortos", disse o procurador-geral de Bahía Blanca, Juan Pablo Fernández, à Rádio Mitre na terça-feira.
A Justiça recebeu dezenas de denúncias de roubos, saques em comércios e arrombamentos de casas vazias.
"Houve 17 prisões", relatou Fernández. O sistema de denúncias está limitado porque "as delegacias estão lotadas", explicou.
Um trem solidário carregando toneladas de alimentos, roupas e produtos de higiene chegou a Bahía Blanca nesta quarta, com doações coletadas em vários pontos ao longo dos 600 km que separam a cidade da capital Buenos Aires.
Mais de 4.000 voluntários atenderam ao chamado da Prefeitura para ajudar a distribuir doações e realizar trabalhos de limpeza.
As aulas permanecem suspensas até novo aviso. Metade das cerca de 200 escolas apresentam danos, informou o Prefeitura.
A água inundou o hospital principal, que teve que ser evacuado por enfermeiros de madrugada.
Também arrancou pontes, destruiu estradas e varreu tudo em seu caminho, deixando carros empilhados, casas destruídas e mil pessoas deslocadas, das quais cerca de 370 permanecem em centros de assistência.
O Exército montou pontes táticas para reconectar a cidade.
* AFP