O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse esperar que o governo panamenho "dissipe as preocupações" sobre a influência chinesa no canal do Panamá, após os avisos do presidente Donald Trump de que retomará o controle da via interoceânica.
"Foi uma visita que valeu à pena e foi muito respeitosa. Acho que vai conseguir coisas potencialmente boas, que dissipem as preocupações que temos", disse nesta segunda-feira (3) o secretário de Estado americano a jornalistas durante seu desembarque em El Salvador, após concluir uma viagem ao Panamá.
"O tempo dirá, veremos, mas me sinto bem em relação a isso", afirmou.
"Entendo que é um tema delicado no Panamá e não queremos ter uma relação hostil ou negativa com o Panamá. Não acredito que seja esse o caso", disse Rubio.
Pequim rejeita as acusações e diz que Washington promove uma campanha de "desprestígio" contra a iniciativa chinesa.
"É uma decisão lamentável porque 'é uma iniciativa econômica' e 'não tem nada a ver com nenhuma agenda política'", afirmou o representante permanente da China nas Nações Unidas, Fu Cong.
Rubio se referiu ao anúncio do presidente panamenho, José Raúl Mulino, de que não renovará a participação de seu país na "Nova Rota da Seda".
O Panamá aderiu em 2017 à iniciativa lançada pelo governo de Xi Jinping, que envolve cooperação para projetos de infraestrutura.
O Panamá nega que a China exerça controle sobre o canal, mas Washington considera uma "ameaça" à sua segurança o fato de uma empresa de Hong Kong operar os portos nas duas entradas do canal, construído pelos Estados Unidos e entregue aos panamenhos em 1999, de acordo com tratados bilaterais.
Rubio também sugeriu que Mulino ouviu as preocupações sobre as tarifas impostas aos navios militares americanos que passam pelo canal, que Trump considera injustas.
O chefe da diplomacia americana disse que espera anúncios nos próximos dias e também qualificou o Panamá de "grande parceiro" no combate à migração irregular, uma das principais prioridades de Trump.
* AFP