Vacas leiteiras dos Estados Unidos testaram positivo pela primeira vez para uma variante do vírus da gripe aviária que circula nas aves e causou casos graves em humanos, anunciaram autoridades americanas.
O Departamento de Agricultura confirmou, nesta quarta-feira (6), que a cepa D1.1 do vírus H5N1 da gripe aviária havia sido detectada pela primeira vez em gado bovino no estado de Nevada.
Esta descoberta gera temores de um agravamento da epizootia - equivalente a uma epidemia nos animais - da gripe aviária atualmente em curso no país, e um aumento do risco de pandemia para os seres humanos.
Uma cepa diferente do vírus H5N1 já circulava amplamente nas fazendas americanas desde o ano passado, com mais de 950 casos de contágio registrados em 16 estados.
Várias pessoas que trabalhavam nessas fazendas foram infectadas por esta cepa em 2024 e apresentaram sintomas leves da doença.
A D1.1, por sua vez, tem sido associada a casos graves em humanos, incluindo a primeira morte por gripe aviária registrada no início de janeiro nos Estados Unidos.
Até o momento, ela foi identificada em aves selvagens, granjas avícolas e vários mamíferos, de acordo com o site do Departamento de Agricultura.
No caso das vacas, as duas cepas do vírus causaram sintomas "semelhantes", segundo um funcionário de Nevada entrevistado pela CBS: "Febre, diminuição do consumo de alimentos, redução da produção de leite e sinais respiratórios leves".
O crescente número de mamíferos infectados preocupa os especialistas, que temem que os altos níveis de circulação possam facilitar a mutação do vírus, passando de um ser humano para outro.
Esse temor é reforçado pela falta de comunicação das autoridades federais, que suspenderam vários relatórios epidemiológicos desde a chegada de Donald Trump ao poder.
* AFP