O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta segunda-feira (24) que espera ter "convencido" Donald Trump em Washington para que salve a União Europeia da onda de novas tarifas aduaneiras que ele ameaça impor a aliados e adversários.
Desde o começo de seu segundo mandato, o presidente americano anunciou novas tarifas aduaneiras sobre os produtos que entram nos Estados Unidos.
Algumas já estão em vigor, como as impostas à China, e outras foram adiadas, como as anunciadas a canadenses e mexicanos ou sobre produtos específicos como aço e alumínio.
Trump acusa particularmente os países da União Europeia - que exporta mais aos Estados Unidos que o contrário - de se comportarem de maneira "injusta" em relação aos Estados Unidos.
Donald Trump critica especialmente o nível do imposto sobre o valor agregado (IVA) pego pelos consumidores nos países europeus. Ele o comparou com uma tarifa aduaneira adicional sobre os produtos americanos.
Convidado à Casa Branca nesta segunda, Macron tentou acalmar os ânimos.
"Nosso desejo é que haja uma concorrência justa", uma concorrência "equitativa" entre "nossas indústrias", "um comércio mais fluido e ainda mais investimentos" em ambos os lados do Atlântico, declarou Macron em coletiva de imprensa conjunta na Casa Branca.
As negociações continuam "entre nossos ministros, nossas equipes, para esclarecer os temas que necessitam ser esclarecidos" a nível comercial, acrescentou.
"Espero tê-lo convencido", declarou mais tarde o presidente francês em entrevista à emissora americana Fox News.
"O IVA [de 20% na França] não é uma tarifa", frisou. "Realmente não é hora de aumentar as tarifas", continuou. "Por quê? Porque o urgente é aumentar nossos gastos com defesa e segurança. Como esperam que façamos isso se estamos no meio de uma guerra comercial?"
Macron também assinalou ter dito a Trump que os Estados Unidos não têm condições de travar "uma guerra comercial contra China e Europa ao mesmo tempo".
* AFP