O Fundo Monetário Internacional (FMI) mantém "discussões construtivas" com a Argentina para um novo acordo e reconhece a necessidade de o país "continuar adotando" políticas fiscais, monetárias e cambiárias, afirmou, nesta quinta-feira (6), uma porta-voz da organização financeira internacional.
O presidente argentino, o ultraliberal Javier Milei, negocia um novo acordo com o Fundo, ao qual reembolsa outro empréstimo concedido em 2018 no valor de 44 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 170 bilhões, em cotação da época).
Em uma coletiva de imprensa, Julie Kozack elogiou mais uma vez "os enormes progressos realizados pela Argentina na redução da inflação, na estabilização da economia, na volta do crescimento e na redução da pobreza".
Ela evitou, no entanto, responder em detalhes às perguntas dos jornalistas.
"Sei que têm muito interesse e houve muitas perguntas detalhadas aqui, mas visto que as discussões continuam e que houve um bom progresso até agora, queremos nos assegurar que haja espaço para que o pessoal e as autoridades continuem com estas discussões construtivas", respondeu.
O objetivo do novo programa - disse - será "construir sobre os êxitos alcançados até agora, ao mesmo tempo em que aborda os desafios pendentes".
O governo argentino presume ter obtido êxitos macroeconômicos, como reduzir a inflação de 211,4% em 2023 para 117,8% em 2024 e o primeiro superávit fiscal em mais de uma década.
Para manter estes "êxitos iniciais", as autoridades argentinas e o pessoal do FMI coincidem na "necessidade de continuar adotando um conjunto coerente de políticas fiscais, monetárias e cambiárias, ao mesmo tempo em que se fomenta o crescimento e se aprimoram as reformas", afirmou a porta-voz.
Milei promete suspender em 2026 o controle cambiário vigente, que limita o acesso a dólares na Argentina desde 2019, embora não descarte fazê-lo antes se chegar a um novo acordo com o Fundo.
* AFP