As autoridades da Colômbia anunciaram nesta quinta-feira (6) a detenção de Luis Alfredo Carrillo, conhecido como "Gocho", integrante do Trem de Aragua acusado de participação no assassinato do ex-militar e opositor venezuelano Ronald Ojeda no Chile, em fevereiro de 2024.
A polícia colombiana capturou Carrillo em um município rural do departamento de Boyacá, próximo à fronteira com a Venezuela, "atendendo a uma notificação vermelha da Interpol", informou o Ministério Público da Colômbia em comunicado nesta quinta-feira.
A Justiça chilena o requer por acusações de associação criminosa, extorsão mediante sequestro e sequestro com homicídio, acrescentou o MP colombiano. "Acusam-no de fazer parte do grupo armado que [...] sequestrou o ex-militar venezuelano Ronald Ojeda Moreno, o manteve em cativeiro e, por fim, o matou".
A investigação que levou à captura foi realizada em coordenação com a polícia de investigações (PDI) do Chile e a Administração de Controle de Drogas (DEA) dos Estados Unidos, informou o general William Salamanca, diretor da polícia colombiana, na rede social X.
O ex-tenente do Exército venezuelano Ronald Ojeda, de 32 anos, foi sequestrado em 21 de fevereiro de 2024 por homens que se passavam por policiais e o tiraram de seu apartamento em roupa íntima. Seu corpo foi encontrado nove dias depois dentro de uma mala enterrada em um bairro de Santiago.
Em 2023, o governo chileno concedeu asilo a Ojeda, que escapou de uma prisão venezuelana onde cumpria pena acusado de conspiração.
Uma testemunha do caso apontou em janeiro o ministro e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, como autor intelectual do crime. Em 2024, Cabello negou qualquer participação do governo de Nicolás Maduro no assassinato.
Mas o MP chileno insiste em que o assassinato teve motivação política. Segundo o promotor responsável pelo caso, Héctor Barros, o Trem de Aragua - uma temida organização criminosa de origem venezuelana que se estendeu para vários países - foi contratado para "sequestrar e assassinar Ronald Ojeda".
Em novembro de 2024, o venezuelano Maickel Villegas foi detido na Costa Rica, denunciado pela Justiça chilena pelo crime junto com um menor de idade cuja identidade se desconhece.
* AFP