Autoridades mexicanas recuperaram 24 cadáveres de uma vala clandestina descoberta em dezembro passado em um subúrbio de Guadalajara (oeste), a segunda maior cidade do país, informou neste domingo (19) a procuradoria estadual de Jalisco.
As buscas começaram em 13 de dezembro em um terreno no município de Zapopan e se prolongaram por um mês, pois os restos humanos estavam desmembrados e distribuídos em 72 sacos, detalhou a procuradoria em um comunicado.
Os investigadores e peritos utilizaram "drones com câmeras térmicas e georradares", além de cães treinados para localizar pessoas, para concluir a descoberta dos restos, informou a autoridade.
"Como resultado dos trabalhos periciais e do cruzamento de informações (...), foi possível a pré-identificação de seis pessoas - uma mulher e cinco homens - que tinham registros de desaparecimento entre 2021 e 2023", destacou a procuradoria no boletim.
Fontes do órgão informaram à AFP que os peritos continuam com a identificação das outras 18 pessoas, enquanto agentes ministeriais trabalham para determinar os responsáveis pelos homicídios e pelos enterros clandestinos.
Durante os trabalhos de recuperação dos corpos, estiveram presentes observadores pertencentes a coletivos organizados de busca de pessoas, assim como familiares de desaparecidos.
Jalisco é o estado mexicano com o maior número de desaparecidos, somando 15.382 casos até 31 de dezembro passado, segundo informações da vice-procuradoria estadual de pessoas desaparecidas.
O fenômeno é atribuído principalmente à atuação do crime organizado nesta região, onde o violento Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG) mantém uma presença dominante.
Desde dezembro de 2006, quando foi lançado um polêmico operativo militar antidrogas, o México registra mais de 450 mil assassinatos e dezenas de milhares de desaparecimentos, de acordo com números oficiais.
* AFP