O principal partido da oposição na Grécia, o Syriza, exigiu nesta segunda-feira (7) que o governo esclarecesse um caso de escutas telefônicas "antes das próximas eleições", marcadas para o verão de 2023.
"O governo deve esclarecer este caso antes das próximas eleições", afirmou o partido de esquerda radical do ex-primeiro-ministro Alexis Tsipras (2015-2019), em nota
O Syriza reagiu assim às informações do semanário de esquerda Documento, relacionado ao próprio partido, segundo o qual os telefones celulares de 33 figuras públicas, incluindo vários ministros em exercício, foram espionados através do programa Predator.
Entre as vítimas estão, segundo a revista, o ex-primeiro-ministro Antonis Samaras, os atuais ministros das Relações Exteriores, Finanças, Desenvolvimento, Trabalho e Turismo; o armador Vangelis Marinakis, dono dos times de futebol Olympiakos e Nottingham Forest, e vários jornalistas.
O Syriza afirmou que contempla a possibilidade de recorrer a uma "moção de confiança" no Parlamento contra o governo de Kyriakos Mitsotakis (conservador), que, no entanto, tem uma grande maioria.
Por sua vez, o porta-voz do Executivo, Giannis Oikonomou, reiterou que não há "provas" das revelações do semanário Documento.
O caso das escutas telefônicas começou em julho, quando Nikos Androulakis, eurodeputado e chefe do Partido Socialista Grego, apresentou uma queixa alegando que em várias ocasiões alguém tentou invadir seu celular com o programa Predator.
* AFP