O período de alta histórica do valor do bitcoin em dezembro de 2024, quando a unidade superou a barreira de US$ 100 mil em cotação, traz ainda mais atenção aos investimentos em criptomoedas.
Após um boom entre 2020 e 2021, o ativo sofreu queda em 2022, mas apresenta recuperação e crescimento constante desde 2023.
No Brasil, a promulgação do chamado Marco Legal dos Criptoativos, que entrou em vigor em meados do ano passado, deu ainda mais transparência e fôlego para estas operações.
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Como investir em criptomoedas
Tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas podem investir em criptomoedas. Para iniciar essas operações, é preciso adquirir os ativos no mercado financeiro com pagamento em moeda corrente, o que se faz principalmente por meio das chamadas "exchanges", corretoras especializadas.
No Brasil, assim como nos Estados Unidos, também é possível investir em fundos, os ETFs (sigla em inglês para exchange-traded funds). Nesse caso, as operações devem ser contratadas nas corretoras tradicionais, onde se compram, por exemplo, ações de empresas negociadas na bolsa.
Portanto, o interessado deve procurar uma corretora tradicional ou uma exchange, abrir uma conta, escolher a criptomoeda desejada e iniciar o investimento.
Pelo histórico de golpes e fraudes neste mercado, especialistas orientam que os interessados em investir procurem orientação com instituições sólidas e profissionais com experiência reconhecida.
Como está o mercado de criptomoedas no Brasil
No Brasil, as transações realizadas com criptomoedas bateram recordes em 2024. Segundo relatório da Receita Federal, entre janeiro e setembro do ano passado, foram R$ 363,3 bilhões em operações, com alta de 82% sobre o mesmo período de 2023.
Somente em setembro de 2024, foram registrados R$ 115,7 bilhões em movimentações, a maior para um mês desde que a Receita iniciou este monitoramento, em 2019.
— Esse crescimento em setembro ocorreu também em razão de algumas variáveis específicas, como a redução da taxa de juros pelo FED e Banco Central Europeu, o que leva investidores a buscarem investimentos com maior probabilidade de retorno e, por isso, risco, como as criptomoedas. Essa foi a variável determinante — afirma o advogado Manoel Gustavo Neubarth, também professor de Direito e Criptoativos no mestrado da Unisinos.
Outras criptomoedas
O bitcoin é a criptomoeda mais popular e demandada do planeta. Pioneira no mercado, suas bases foram lançadas em 2008, mas ela atingiu um primeiro pico de valor em 2017.
Após período de baixa em 2022, voltou a crescer no ano passado e manteve a tendência de alta. Lançado em 2015, o Ethereum é hoje a segunda principal criptomoeda do mundo.>
Sua cotação atual é de aproximadamente US$ 3,4 mil, cerca de R$ 21 mil. Além de criptos como o bitcoin e o Ethereum, os investidores também podem direcionar seus negócios a operações realizadas com as chamadas stablecoins, que são criptomoedas lastreadas em algum outro ativo — muitas utilizam o dólar.
As mais demandadas atualmente são a Tether (UDST) e a USDC da Circle, que lideraram, junto com o bitcoin, os investimentos em criptomoedas no Brasil em setembro.
E os tokens?
Além das criptomoedas, há também outros criptoativos passíveis de investimento, criados via tokenização. Por meio deste processo, é possível atribuir valor a algo e negociar este item, seja ele existente de modo físico ou não — podendo representar um imóvel ou uma obra de arte digital, por exemplo.