Em seis meses, o Grêmio 2018 venceu um campeonato estadual, o Gauchão, e um torneio internacional, a Recopa. Alcançou as oitavas de final da Libertadores, tocou nas quartas de final da Copa do Brasil e estacionou em quinto lugar no Brasileirão depois de 12 rodadas (55% de aproveitamento). Ninguém pode reclamar, especialmente quando o departamento médico está com as suas dependências tomada por jogadores.
Enquanto o mundo respira Copa do Mundo, a partir desta quinta-feira (14), o Grêmio pode descansar, viajar. Garantir um merecido intervalo em uma temporada atípica que se dividirá em duas, antes e depois do Mundial. A parada será de 32 dias.
Mesmo que a torcida não saiba, quem sabe não diz, é impossível vencer todas as competições em um ano inteiro de futebol. Não existe fôlego suficiente, mesmo entre as equipes que disputam as grandes ligas, os que dispõem de elencos milionários, aliados às categorias de base e com promessas de todos os continentes.
Quando agosto chegar, quando as três competições entrarem em campo, o Grêmio fará suas opções. Deve priorizar o mata-mata. Eleger o Brasileirão como coadjuvante. O mês oferecerá jogos decisivos entre dois torneios e um campeonato. Agosto será um período único. Poderá definir a temporada, para o bem ou para o mal.
Parte de junho e um pedaço de junho, entre os períodos de descanso e de treinamentos, serão necessários para algumas avaliações, reavaliações. Decisões.
Lima e André decepcionaram, assim como Léo Gomes e Madson. Pepê parece jovem demais para as tarefas disponíveis. Maicosuel não conseguiu faz uma só partida nota 5. As contratações não ofereceram a qualidade que a comissão técnica esperava. Alisson é um ponto fora da curva.
É preciso buscar dois laterais capazes de ocupar os dois lados com qualidade, talvez outro meia com experiência internacional, enquanto Douglas não volta. O grupo é desigual. Renato não fala. Gestor, protege a todos. As cobranças são internas. São feitas sem eco, repercussão só no vestiário.
É preciso treinar bola parada, muito, trabalhar a cobrança de escanteio dos dois lados, os gols rarearam em lances assim, praticar a cobrança de faltas nas laterais. Treinar e treinar. Buscar soluções ofensivas. Cortez necessita de aulas de cruzamento, o que o ex-ponteiro Renato pode encaminhar.
O Grêmio precisa de uma evolução. Não de uma revolução. Em nome do Mundial, com todos os olhos concentrados na Rússia, a parada fará bem ao grupo tricolor.