Hábitos antigos foram retomados com as pessoas mais em casa na pandemia e isso é desde o pão caseiro aos trabalhos manuais, como o crochê e o tricô. Com isso, lojas especializadas em aviamentos, também conhecidas como armarinhos, chegam a ter filas em determinados momentos em função do aumento da procura, principalmente por lãs, barbantes e tecidos de algodão.
É o caso da Bergamaschi Lãs e Linhas, que tem o melhor movimento dos últimos 15 anos. Segundo a gerente, Jorjeana Oliveira, a procura maior é por lã e barbantes.
_ Muitos clientes contam que não tricotavam há muitos anos, desde quando os filhos eram pequenos _ destaca a lojista.
A maior demanda explica a falta dos produtos, mas não é só isso. Há também algumas empresas que paralisaram produção por conta da pandemia. E a gerente também diz que há muita matéria-prima importada, como agulhas, com entregas impactadas. Com o dólar em alta, os preços também estão maiores.
_ Fizemos um pedido com outra fabricante de barbante porque estávamos com dificuldade de reposição dos nossos tradicionais fornecedores, mas o preço aumentou 20% em um mês, de um pedido para o outro _ exemplifica.
O movimento maior na Bergamaschi foi em junho, até pelo inverno que impulsiona o tricô. Mas a loja de aviamentos na área central da cidade segue registrando procura intensa, principalmente aos finais de semana. A limitação de atendimento, em função da prevenção ao coronavírus, também explica porque é comum ver filas em frente ao estabelecimento.