O presidente francês, Emmanuel Macron, disse ao chefe da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, nesta segunda-feira (14), que o Hamas deve ser "afastado" do poder na Faixa de Gaza e a Autoridade Palestina "reformada" para "avançar" em direção a uma solução de "dois Estados".
Liderada por Abbas, a Autoridade Palestina, cuja força predominante é o partido Fatah, administra parcialmente a Cisjordânia ocupada e é rival do movimento islamista palestino Hamas, que governa Gaza desde 2007.
O Hamas lançou um ataque em Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.218 pessoas e desencadeou uma ofensiva israelense em Gaza, que até agora deixou mais de 50.940 mortos.
"É essencial construir uma estrutura para o dia seguinte: desarmar e expulsar o Hamas, definir uma governança confiável e reformar a Autoridade Palestina", escreveu o presidente francês no X após uma conversa telefônica com Mahmoud Abbas.
Ambos os líderes também insistiram na "necessidade urgente de um cessar-fogo", na "aceleração da entrega de ajuda humanitária" e na "tomada de Gaza pela Autoridade Palestina, incluindo em responsabilidades de segurança", informou a agência de notícias oficial palestina Wafa.
Macron e Abbas também rejeitaram "o deslocamento do povo palestino de seu território", de acordo com a Wafa.
No início de fevereiro, Trump provocou um alvoroço internacional quando propôs transferir os palestinos de Gaza para o Egito e a Jordânia e transformar o território na "Riviera do Oriente Médio".
Macron disse na semana passada que a França poderia reconhecer o Estado palestino em junho, em uma conferência copresidida por Paris e Arábia Saudita na sede da ONU em Nova York.
Nesta segunda, reafirmou sua vontade de iniciar "uma série de reconhecimentos" de um Estado palestino "mas também o reconhecimento de Israel por parte de Estados que hoje não o fazem", durante uma visita a uma exposição dedicada a Gaza em Paris.
O presidente francês acrescentou que conversará sobre o tema na terça-feira com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que no domingo afirmou que Macron comete um "grave erro ao promover a ideia de um Estado palestino (...), um Estado cuja única aspiração é a destruição de Israel".
* AFP