Quinze nandus silvestres, aves corredoras similares ao avestruz e à ema, foram transferidos da Argentina para o Chile, no âmbito de um programa de recuperação desta espécie ameaçada de extinção na Patagônia chilena.
Um caminhão levou os exemplares do Parque Patagônia Argentina, na província de Santa Cruz, até o parque nacional Patagônia do Chile, na região de Aysén, cerca de 1.900 km ao sul de Santiago, informaram nesta segunda-feira (24) as fundações de preservação encarregadas do projeto.
Uma a uma, as aves foram retiradas de caixas de madeira.
Na região de Aysén, "suas populações diminuíram drasticamente devido à superexploração da pecuária, à perseguição de cães, à caça e à destruição de ninhos", informou, em nota, a Fundação Rewilding Chile.
Na província argentina de Santa Cruz, ações da iniciativa privada permitiram sua recuperação.
Depois de chegarem ao Chile, os 15 nandus-pequenos (Rhea pennata) vão passar por um processo de adaptação em currais antes de serem soltos.
Para o ministro da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, esta ação binacional poderia se tornar "um modelo para futuras ações que permitam às espécies ameaçadas voltarem aos ecossistemas onde prosperaram".
O Parque Patagônia do Chile realiza desde 2015 um programa de recuperação de nandus, que também considera sua criação em centros de reprodução.
Hoje há ali umas 68 destas aves, mas se espera chegar a cem adultos em liberdade para ter uma população autossustentável, segundo a Fundação Rewilding.
O nandu é uma espécie endêmica sul-americana, que mede entre 90 e 100 cm. É considerada a maior ave do Chile.
Não é capaz de voar, mas suas patas longas lhe permitem correr em grande velocidade.
O Parque Patagônia é um legado do bilionário americano Douglas Tompkins, que em 1990 comprou e depois doou para Chile e Argentina 8.000 km2 de terrenos para a preservação da natureza.
* AFP