Milhares de bolivianos saíram em passeata e bloquearam ruas nesta quarta-feira (19) nas cidades de La Paz e El Alto, contra a escassez de dólares e combustível.
Dois grupos, um deles liderado por indígenas e outro por motoristas, marcharam separadamente, por várias horas, da cidade vizinha de El Alto até La Paz, sede do governo.
O líder indígena Leonardo Quispe se queixava do preço da cesta básica. A inflação em 12 meses foi de 12,03% em janeiro, o nível mais alto desde 2008, segundo o governo.
"A falta de combustível nos prejudica bastante no campo", reclamou Quispe, que prometeu pressionar o governo com "outras medidas" caso suas demandas não sejam atendidas.
A Bolívia enfrenta desde 2023 uma crise econômica decorrente da falta de dólar. O país quase esgotou suas reservas internacionais líquidas, que destina à importação de combustíveis para vendê-los no mercado interno a um preço subsidiado.
"Isso vem de longa data, o governo teve tempo suficiente para apresentar soluções", disse Luis Chávez, que liderou o protesto dos motoristas.
Centenas de moradores se somaram às reivindicações e bloquearam as principais ruas de El Alto, onde fica o aeroporto internacional que atende La Paz.
Na semana passada, o governo de Luis Arce anunciou uma série de medidas para reduzir o consumo de combustível, como aulas remotas e a redução da frota do transporte público. Também afirmou que mais combustível será comprado.
Segundo dados da Defensoria do Povo, 66% dos postos do país estavam sem combustível nesta semana.
* AFP