A ativista paquistanesa e Nobel da Paz Malala Yousafzai voltou, nesta quarta-feira (5), a Khyber Pakhtunkhwa, a província onde nasceu, pela primeira vez. Malala foi levada em 2012 para o Reino Unido após sofrer um tiro na cabeça em um ataque dos talibãs enquanto viajava em seu transporte escolar.
"Quando eu era pequena, passava todas as minhas férias em Shangla brincando ao lado do rio e compartilhando refeições com minha extensa família", escreveu na rede social X.
"Foi uma alegria voltar lá hoje, depois de 13 longos anos, no meio das montanhas, com as mãos mergulhadas no rio fresco, rindo com meus queridos primos. Este lugar é muito querido no meu coração e espero voltar de vez em quando", acrescentou.
A ativista, que em 2014 se tornou a vencedora mais jovem do Prêmio Nobel da Paz por sua luta em favor da educação das meninas, só retornou ao Paquistão em raras ocasiões.
Na época em que Malala vivia no Paquistão, os talibãs haviam ordenado que as meninas ficassem em casa, mas a jovem continuou indo para a escola em segredo, escrevendo um blog sobre sua experiência.
Embora tenha visitado em duas ocasiões o remoto vale de Swat, onde foi baleada pelos talibãs paquistaneses, é a primeira vez em 13 anos que retorna a Shangla, onde passou sua infância antes de sua família se mudar para Swat.
Nesta localidade, a violência tem aumentado desde que os talibãs voltaram ao poder no vizinho Afeganistão em 2021.
Nesta quarta-feira, foi estabelecido um cordão de segurança durante várias horas na área que visitou, informaram à AFP funcionários locais.
Malala, que chegou de helicóptero acompanhada de seu pai, seu marido e seu irmão, passou três horas na área. Aproveitou para verificar por si mesma os progressos dos projetos locais apoiados pelo Fundo Malala, uma ONG que trabalha em favor da educação das meninas.
"Sua visita foi mantida em sigilo para evitar incidentes", declarou um alto funcionário da região sob condição de anonimato. "Nem a população local sabia", acrescentou.
Na noite anterior à sua chegada, um grupo pró-talibã atacou o Exército na cidade próxima de Bannu, matando 18 pessoas.
"Rezo pela paz em todos os cantos deste belo país. Os atentados recentes, incluindo o de ontem em Bannu, partem meu coração", escreveu a ativista.
* AFP