Vinte e oito combatentes "leais" ao deposto presidente Bashar al Assad morreram em confrontos no oeste da Síria, nos quais também perderam a vida 16 membros das forças de segurança e quatro civis, informou nesta quinta-feira (6) o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Nos últimos dias, têm ocorrido combates na província de Latakia, reduto da minoria alauíta do ex-presidente, no noroeste do país.
"Dezesseis membros das forças de segurança morreram em ataques e emboscadas realizadas por homens armados leais a Assad na cidade de Jableh e arredores", afirmou o OSDH.
A ONG, com sede no Reino Unido, mas que dispõe de uma ampla rede de informantes no terreno, destacou que os confrontos são os "mais violentos" desde a queda de Assad.
O ex-presidente, que fugiu para a Rússia após governar o país com mão de ferro por 24 anos, foi deposto em 8 de dezembro por uma aliança de grupos rebeldes islamistas liderada pelo grupo radical Hayat Tahrir al Sham (HTS).
As novas autoridades enfrentam desde então o desafio de restabelecer a segurança no país, cenário de uma guerra civil brutal iniciada em 2011, que já deixou mais de meio milhão de mortos.
O OSDH também informou que as forças de segurança mataram 28 combatentes "leais" a Assad em Jableh e outras localidades da região.
A agência de notícias estatal Sana relatou que as forças de segurança de Latakia "anunciaram um toque de recolher" até as 10h00 locais desta sexta-feira.
Além disso, foi imposto um toque de recolher geral em Tartus (oeste) e Homs (centro) das 22h00 de quinta-feira até as 10h00.
A Sana informou ainda que as forças de segurança prenderam em Jableh Ibrahim Huweija, um general "acusado de centenas de assassinatos" durante o governo do pai e antecessor de Bashar al Assad, Hafez al Assad.
Além dos confrontos, foram organizadas nesta quinta-feira várias manifestações em cidades como Hama e Homs (centro), Aleppo (norte), Quneitra (sul) e Deir Ezzor (leste) "para apoiar as forças de segurança em sua luta contra os remanescentes das milícias de Assad e restabelecer a segurança e a estabilidade em Jableh e arredores", indicou a agência de notícias.
O conflito na Síria deslocou milhões de pessoas, e cerca de três milhões buscaram refúgio na vizinha Turquia.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta quinta-feira que mais de 133 mil dessas pessoas retornaram voluntariamente à Síria desde a queda de Assad há três meses.no
* AFP