Usar ativos russos congelados na UE para financiar a defesa da Ucrânia pode ameaçar a estabilidade financeira da Europa, alertou o ministro das Finanças francês, Eric Lombard, nesta terça-feira (11).
"Independentemente do que se pense sobre as ações da Rússia na Ucrânia (...), não faz parte das tradições internacionais tomar ativos de bancos centrais", disse Lombard a repórteres após uma reunião com seus colegas da UE.
Se a UE decidir se apropriar desses recursos "sem um motivo jurídico, isso pode ser um risco para a estabilidade financeira europeia", disse ele.
Estima-se que haja 235 bilhões de euros (R$ 1,4 trilhão) em ativos russos congelados em bancos europeus e a UE usa os recursos desses fundos (entre 2,5 bilhões e 3 bilhões anualmente, R$ 15,9 bilhões e R$ 19,1 bilhões) para ajudar na defesa da Ucrânia.
No entanto, ainda há pressão sobre a UE para usar a maior parte dos fundos para financiar armas para a Ucrânia ou para sua reconstrução.
Por enquanto, a Comissão Europeia - braço Executivo da UE - descartou a ideia de se apropriar dos recursos congelados.
No entanto, em fevereiro, a presidente da instituição, Ursula von der Leyen, abriu a porta ao sugerir um uso "mais criativo" desses ativos.
Segundo von der Leyen, "devemos mostrar ao Kremlin que quanto mais a guerra durar, maior será o preço para a Rússia".
* AFP