O ex-presidente do Peru, Pedro Castilho, acusado de um golpe de Estado fracassado e em greve de fome desde segunda-feira (10) na sua cela, foi hospitalizado após sofrer uma descompensação, anunciou, nesta quinta-feira (13), o tribunal que o julgou.
Castillo, de 55 anos, está fora de perigo, segundo os relatórios médicos lidos pela juíza Norma Carbajal durante a audiência atual.
"Foi levado (para o hospital) devido à descompensação" que sofreu poucas horas após a retomada do julgamento contra ele. "Se encontra estável", disse a juíza.
Castillo foi levado de ambulância ao hospital Vitarte, o mais próximo da prisão para presidentes, onde está detido desde dezembro de 2022.
O tribunal decidiu prosseguir com a audiência, rejeitando o pedido de suspensão do defensor público de Castillo.
Além do ex-presidente esquerdista (2021-2022), os ex-ministros Aníbal Torres e Betssy Chávez são processados como supostos coautores do golpe de Estado de 2022.
Castillo iniciou uma greve de fome na segunda-feira em protesto contra o julgamento, que rejeita, alegando que nunca pegou em armas porque o golpe não ocorreu devido à recusa das Forças Armadas em cumprir suas ordens.
Segundo a promotoria, não há motivo para suspender o julgamento.
O tribunal lembrou que a greve de fome é "uma conduta proibida, considerada crime grave pelo código penal".
Desde que o julgamento começou, em 4 de março, Castillo expressou que não deseja testemunhar e rejeitou os crimes que lhe são acusados.
A acusação pediu 34 anos de prisão pelo suposto crime de rebelião e perturbação da ordem pública.
O advogado do ex-presidente, Walter Ayala, anunciou na segunda-feira que a greve de fome era "um protesto pacífico para que o mundo saiba que ele está preso de forma injusta e arbitrária".
Segundo seu advogado, ele permanecerá em greve até que o Supremo Tribunal que o julga seja modificado e ele seja solto.
Castillo, um ex-sindicalista de esquerda, cumpre prisão preventiva desde dezembro de 2022.
Em 7 de dezembro de 2022, Castillo leu uma mensagem ao país, na qual anunciava sua decisão de dissolver o Congresso e convocar uma Assembleia Constituinte. Naquele dia, ele seria alvo de um pedido de vacância (destituição) sob acusação de suposta corrupção.
* AFP