O principal articulador dentro da coalizão opositora da Venezuela renunciou, nesta quinta-feira (13), em meio a novas fissuras internas entre aqueles que pedem boicote e os que desejam participar das próximas eleições.
Omar Barboza exercia desde maio de 2022 o cargo de secretário-geral da Plataforma Unitária, um coordenador que servia de elo entre os partidos políticos que compõem essa aliança, muitas vezes em desacordo.
Barboza concretizou o apoio unitário da coalizão a Edmundo González Urrutia como candidato representante da líder opositora inelegível María Corina Machado nas eleições de 28 de julho e denunciou fraude no resultado que deu a Nicolás Maduro um terceiro mandato consecutivo.
No entanto, em face às eleições de governadores e deputados para o Parlamento, em 25 de maio, uma nova fissura: de um lado, Machado e seus aliados pedem a abstenção no que consideram ser uma resposta lógica ao "roubo" das presidenciais, que assegura terem vencido com mais de 70% dos votos. O outro lado, no entanto, acredita que deve participar para não "entregar" o país a Maduro.
"Não foi possível criar as condições políticas para enfrentar essa difícil situação unidos, com uma mesma estratégia e com um plano consensual" similar ao que "tornou possível o triunfo de 28 de julho", escreveu Barboza em sua renúncia.
"A maioria dos partidos tornou pública sua posição separadamente, o que é seu direito, mas enfraquece a possibilidade de uma posição comum", acrescentou o ex-presidente do Parlamento.
* AFP