A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse nesta quinta-feira (6) que a colaboração com os Estados Unidos "tem dado resultados sem precedentes", ao confirmar uma pausa nas tarifas impostas por Washington até 2 de abril.
Após uma ligação com seu par americano, Donald Trump, Sheinbaum agradeceu ao republicano e afirmou que os dois governos continuarão trabalhando juntos "particularmente em temas de migração e segurança, que incluem a redução do tráfico ilegal de fentanil para os Estados Unidos, assim como de armas para o México".
Mais cedo, Trump disse que seu governo suspenderia a maioria das tarifas contra o México até 2 de abril por "consideração à presidente Sheinbaum".
Segundo o presidente americano, ambos os países estão trabalhando arduamente na fronteira comum para impedir a chegada de migrantes irregulares e deter o tráfico de fentanil.
"Obrigado à presidente Sheinbaum por seu trabalho duro e cooperação!", escreveu o magnata republicano em sua rede Truth Social, que já havia a qualificado publicamente como uma mulher "maravilhosa".
Na terça-feira, Trump aplicou tarifas de 25% ao México e ao Canadá, seus parceiros no acordo de livre comércio T-MEC, o que levou Sheinbaum a declarar que responderia com medidas "tarifárias e não tarifárias" em represália.
No entanto, ela disse que faria esse anúncio apenas no domingo, em um evento no Zócalo da Cidade do México, a maior praça pública do país, ao mesmo tempo em que anunciou a ligação com Trump nesta quinta-feira.
Analistas interpretaram a decisão como uma tentativa de ganhar tempo e alcançar um acordo de última hora para evitar as tarifas, que teriam um grande impacto na economia mexicana, que realiza mais de 80% de suas exportações para os Estados Unidos.
Trump havia anunciado as tarifas alfandegárias em fevereiro ao acusar o México e o Canadá de permitir o tráfico de fentanil e de migrantes sem documentos para o território americano.
Porém, no mesmo mês, ele as adiou até o início de março, após o governo de Sheinbaum se comprometer a mobilizar 10 mil militares na fronteira.
* AFP