Chanel apresentou, nesta terça-feira (11), no último dia da Semana de Moda feminina de Paris, uma coleção outono-inverno 2025-2026 que brinca com as proporções e as sobreposições, novamente elaborada sem diretor artístico.
Uma jaqueta preta de tweed com botões de bijuteria que se transforma em um casaco longo, uma grande blusa de popelina que desce até os tornozelos sobre um conjunto de jaqueta e short rosa, os criativos da Chanel colocaram uma jaqueta leve e uma saia longa transparente da mesma cor.
Um jogo de sobreposição e transparência que se encontra muito neste novo guarda-roupa, para homenagear os ternos icônicos da marca de luxo francesa.
Esse jogo acontece também, com os acessórios, com bolsas que parecem imensos colares de pérolas, anéis grandes e bolsas grandes demais ou minúsculas.
A marca parisiense também revisita alguns dos seus motivos favoritos, como os laços, presentes nas golas e nos punhos, as flores, que adornam especialmente um casaco de pele ou o peito de um vestido, e as pérolas, que estão incluídas até nos saltos dos sapatos.
Apresentada como de costume no centro da nave do Grand Palaris, onde havia sido instalada uma monumental fita preta que serpenteava até o teto, essa coleção foi imaginada pelo estúdio de criação, na espera da aquisição do franco-belga Matthieu Blazy.
O criador discreto e altamente respeitado, foi nomeado diretor artístico da histórica "maison" em dezembro, seis meses depois da saída abrupta da francesa Virginie Viard, mas não apresentará coleção até a Semana de Moda primavera-verão, em setembro.
Isso não desanimou as celebridades: a guru da moda Anna Wintour, a supermodelo Naomi Campbel, Charlotte Casiraghi, da família principesca de Mônaco, a cantora sul-africana Tyla, e as atrizes francesas Anna Mouglalis e Carole Bouquet estiveram presentes.
- As meias compridas da Miu Miu -
A casa italiana Miu Miu deixou as minissaias de lado, uma das peças exclusivas da marca, para apresentar uma coleção com um tema predominante: as meias longas, coloridas, prateadas ou douradas, combinadas com tênis , botas e sapatos de salto alto, muitas vezes amassadas.
Para o próximo outono, Miu Miu volta um pouco no tempo e propõe uma moda meio anos sessenta, de cores vivas, jaquetas xadrez estilo lenhador, blusas largas, azul-celeste, cuidadosamente apertadas por saias longas ou calças retas.
A marca propõe uma sabia mistura de cores, e uma vez mais, a pele sintética, o grande recurso de muitos designers nesta semana parisiense.
Longas estolas são usadas penduradas na frente, com bolsos para que a mulher Miu Miu proteja as mãos do frio.
Há também blusas compridas de seda, de cor creme, inevitavelmente combinadas com aquelas meias mal puxadas.
Esse último dia de desfiles terminará com o desfile de Anthony Vaccarello para Saint Laurent.
O mundo do luxo segue sofrendo mudanças: o designer britânico Mark Thomas assumiu o comando da Carven, sucedendo a Louise Trotter, que se mudou para Bottega Veneta em dezembro.
Mais anúncios são esperados, já que Celine e Fendi ainda não possuem diretores artísticos.
John Galliano, por exemplo, que deixou Maison Margiela em dezembro depois de uma década, ainda não anunciou seu próximo passo.
E a dupla holandesa Viktor & Rolf anunciou esta semana que volta ao prêt-à-porter.
* AFP