A Casa Branca acusou, nesta quarta-feira (19), o "regime hostil" do presidente venezuelano Nicolás Maduro de mandar para os Estados Unidos a gangue Tren de Aragua, contra a qual invocou uma lei de 1798 para expulsar seus supostos membros do país.
O Tren de Aragua "foi enviado para cá pelo regime hostil de Maduro na Venezuela", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, em entrevista coletiva.
A deportação de imigrantes venezuelanos acusados de serem parte dessa organização criminosa a El Salvador para serem presos causou novas tensões entre Washington e Caracas, bem como protestos de ativistas de direitos humanos nos Estados Unidos.
O presidente Donald Trump também entrou em colisão com o Poder Judiciário de seu país, depois que um juiz suspendeu temporariamente a medida.
Ao lado dos cartéis de drogas mexicanos e da gangue MS-13, o Tren de Aragua foi designado por Trump como organização "terrorista global".
Por isso, "está dentro da autoridade do presidente deportar estes terroristas, e qualquer um que tente defender esses terroristas que agora foram expulsos do território americano deveria falar com as famílias das pessoas que esses monstros atrozes assassinaram e violentaram", protestou Leavitt.
O Departamento de Estado também criticou o líder chavista, um dia depois que o titular da pasta Marco Rubio o ameaçou com "novas sanções duras" se não aceitasse os venezuelanos expulsos.
O Tren de Aragua "está estreitamente associado, alinhado e, de fato, se infiltrou no regime de Maduro", indicou nesta quarta a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, em outra entrevista coletiva.
"Maduro mantém laços estreitos com os narcoterroristas patrocinados pelo regime" e "deve aceitar de volta todos os venezuelanos deportados pelos Estados Unidos, especialmente os seus assassinos, estupradores, criminosos, traficantes de pessoas e outros delinquentes presentes ilegalmente nos Estados Unidos. Fim da discussão", disse ela taxativamente.
Em resposta a uma pergunta, a porta-voz do Departamento de Estado reiterou que Washington não reconhece Maduro como presidente legítimo da Venezuela e o chamou de "ditador".
Segundo a porta-voz da Casa Branca, os Estados Unidos carecem de um "plano de voos específico", mas advertiu que vão continuar "com as deportações em massa" de imigrantes.
* AFP