As cotações do petróleo caíram fortemente nesta quarta-feira (5), pressionadas pelo aumento das reservas nos Estados Unidos e reforçando os temores sobre a demanda, em um contexto de iminente aumento da oferta por parte da Opep+.
O preço do barril de tipo Brent, negociado em Londres para entrega em maio, recuou 2,45%, a 69,30 dólares, após atingir durante o dia uma mínima desde dezembro de 2021.
Já o americano WTI com vencimento em abril desvalorizou 2,86%, chegando a 66,31 dólares.
O relatório de reservas publicado nesta quarta-feira pela Agência de Informação sobre Energia dos Estados Unidos (EIA), que mostrou um aumento em relação à semana anterior, "contribuiu para o sentimento negativo do mercado", resumiu à AFP Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
As reservas de petróleo aumentaram em 3,6 milhões de barris, diante dos 800.000 que os analistas esperavam.
Esses dados deram um novo golpe a um "mercado decepcionado" e "surpreso" pelo anúncio na segunda-feira à noite de um aumento na produção da Opep+.
Tudo isso ocorre em um contexto de imposição de tarifas alfandegárias por parte dos Estados Unidos, o que faz os operadores temerem "um aumento nos preços e uma queda nos gastos de consumo", segundo Lipow.
"Isso afetará o crescimento econômico de toda a América do Norte, além da China, e vai reduzir a demanda por petróleo", prevê o analista.
* AFP