Um ataque com explosivos de dissidentes da extinta guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) contra uma delegacia de polícia no sudoeste da Colômbia deixou pelo menos 19 feridos, entre eles um agente, informaram as autoridades.
Os rebeldes, que rejeitaram o histórico acordo de paz de 2016 com o Estado e se afastaram das negociações com o governo de Gustavo Petro, o primeiro presidente de esquerda da história do país, impõem um regime de violência em seus redutos, onde as plantações de coca são abundantes.
O atentado ocorreu por volta das 14h20 locais (16h em Brasília), quando os rebeldes acionaram uma carga explosiva em uma motocicleta no município de Piendamó, no departamento de Cauca, informou o ministro da Defesa Pedro Sánchez na rede social X.
Cauca é um dos principais redutos do Estado-Maior Central (EMC), a principal dissidência das antigas Farc.
Quatro vítimas sofreram ferimentos graves e foram levadas para um hospital da cidade vizinha de Popayán, segundo o governador do departamento, Octavio Guzmán.
Uma câmera de segurança captou o momento da explosão durante a passagens de um policial, que deixou várias pessoas deitadas no chão. A explosão ocasionou danos em locais comerciais vizinhos à delegacia, segundo vídeos que circularam nas redes sociais.
"Vimos chamas, pessoas, o caos", contou à AFP a comandante do corpo de bombeiros de Piendamó, Lina Márquez, que atendeu os feridos e enfrentou o incêndio causado pela explosão.
O ministro Sánchez classificou o ataque como ato de "terrorismo" e garantiu que se insere no contexto do 17º aniversário da morte do histórico comandante das Farc, Pedro Antonio Marín, mais conhecido como Manuel Marulanda Vélez ou "Tirofijo".
Até o ano passado, o EMC mantinha diálogos de paz com o governo Petro, mas se dividiu em duas facções quando sua liderança principal, conhecido pelo codinome Iván Mordisco, se afastou do processo e intensificou sua ofensiva contra o Estado.
* AFP