Uma troca de rotina na tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês) assumiu um significado incomum: abre caminho para que dois astronautas, no espaço há mais de nove meses, finalmente voltem para casa, nos Estados Unidos.
A missão Crew-10 da agência americana Nasa e da SpaceX, do magnata Elon Musk, está programada para decolar do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, às 19h48, horário local (20h48 em Brasília) desta quarta-feira.
O foguete Falcon 9 da SpaceX transporta uma cápsula Crew Dragon com uma tripulação de quatro membros em uma expedição científica ao laboratório orbital.
Mas todos os olhos estarão voltados para os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams, a bordo da ISS desde junho depois que sua nave espacial Boeing Starliner apresentou problemas de propulsão e foi considerada imprópria para o retorno.
A dupla espacial, que inicialmente deveria cumprir uma missão de oito dias, foi transferida para a Crew-9 depois que seus astronautas chegaram em setembro a bordo de uma SpaceX Dragon.
A nave espacial transportava apenas dois tripulantes em vez dos quatro habituais, para que Wilmore e Williams pudessem ser adicionados
A Crew-9 permanecerá em órbita até a chegada da Crew-10.
"É disso que se trata o programa de voos espaciais tripulados do país: estar preparado para situações desconhecidas e inesperadas", disse Wilmore em uma recente entrevista coletiva.
A Crew-10 deve atracar na madrugada de quinta-feira, quando rapidamente ocorrerá uma transferência de comando, antes da tripulação-9 partir em 16 de março para pousar na costa da Flórida, se o tempo permitir.
Junto com Wilmore e Williams, o astronauta da Nasa Nick Hague e o russo Aleksandr Gorbunov estarão a bordo da cápsula de retorno.
A estadia prolongada de Wilmore e Williams se tornou recentemente um tópico de debate político depois que o presidente americano, Donald Trump, e Musk, seu conselheiro próximo, acusaram o governo Biden de abandoná-los no espaço.
* AFP