Uma pessoa foi presa no Texas por ajudar uma parteira acusada de realizar abortos, um procedimento quase totalmente proibido nesse estado do sul dos Estados Unidos, indicou um funcionário.
María Margarita Rojas, uma parteira de 48 anos, foi presa na segunda-feira (17) por praticar abortos e operar ilegalmente uma rede de clínicas na área de Houston, segundo o promotor do Texas, Ken Paxton.
Rojas é a primeira pessoa processada criminalmente pela lei antiaborto do Texas, uma das mais restritivas dos Estados Unidos, depois que a Suprema Corte de Justiça anulou, em 2022, a garantia federal para a interrupção voluntária da gravidez.
Na terça-feira (18), o escritório de Paxton emitiu outro comunicado no qual informava que José Cendan Ley, um assistente médico de 29 anos, também foi preso. O cidadão cubano supostamente ajudou Rojas "a praticar pelo menos um aborto ilegal".
"Continuarei lutando para proteger a vida e trabalharei para garantir que qualquer pessoa culpada de violar as leis pró-vida do nosso estado seja responsabilizada", disse Paxton em sua declaração.
Seu escritório também observou que Cendan Ley entrou de maneira irregular nos Estados Unidos em 2022 e foi posteriormente colocado em liberdade condicional.
Outra enfermeira também foi presa no início de março, com relação a esta investigação, e foi "acusada de conspiração para praticar medicina sem licença", informou o escritório de Paxton na mesma declaração.
Desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos anulou a proteção federal do direito do aborto, os estados são responsáveis por legislar sobre esta prática.
O Texas é um dos estados que decidiram proibir o aborto.
No Texas, o aborto só é permitido se for para salvar a vida da gestante. Embora, segundo os ativistas, a falta de clareza nas exceções faz com que os médicos evitem tratar esses casos para não serem processados, levando ao limite o risco de morte da paciente.
Embora a lei do Texas puna aqueles que facilitam o aborto, ela não processa a mulher que interrompeu a gravidez.
* AFP