Uganda iniciou, nesta nesta segunda-feira (3), um teste da vacina contra o ebola, menos de uma semana após as autoridades anunciarem um novo surto da doença, informou o Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Este teste de vacina foi realizado em tempo recorde (...) garantindo, ao mesmo tempo, o pleno cumprimento dos requisitos regulatórios e éticos nacionais e internacionais", declarou o responsável da OMS na rede social X.
O teste está direcionado a "contatos de pessoas com a doença e contatos desses contatos", acrescentou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O chefe da OMS destacou que se trata do "primeiro teste para avaliar a eficácia clínica de uma vacina contra a doença do vírus ebola-Sudão".
"Este teste demonstra a importância de investir na pesquisa e desenvolvimento de vacinas e tratamentos, na preparação para epidemias e nas parcerias", afirmou.
Em 30 de janeiro, as autoridades ugandenses anunciaram um surto de ebola, uma febre hemorrágica viral frequentemente mortal na capital, Kampala, onde a doença causou a morte de um enfermeiro de 32 anos que trabalhava no Hospital Nacional Mulago, declarou a secretária permanente do Ministério da Saúde, Diana Atwine, citada no X.
A OMS enviou especialistas e profissionais de saúde pública de alto nível para Uganda e anunciou que destinará um milhão de dólares (R$ 5,8 milhões, na cotação atual) para apoiar as autoridades locais a responder e controlar a epidemia, declarou Tedros.
A doença tem seis cepas diferentes, três das quais (Bundibugyo, Sudão e Zaire) já causaram grandes epidemias.
Até agora, não existe uma vacina contra o vírus do ebola-Sudão.
O ebola é transmitido por meio de fluidos corporais, e os principais sintomas são febre, vômitos, hemorragias e diarreia. As pessoas infectadas não passam a doença até que os sintomas apareçam, após um período de incubação que varia entre 2 e 21 dias.
Combinando todas as cepas, esse vírus causou mais de 15.000 mortes na África desde 1976.
Em dezembro de 2013, teve início no sul da Guiné uma epidemia de ebola que foi a mais violenta da história a atingir a África Ocidental até 2016.
Foram mais de 11.300 mortes entre os quase 29.000 casos registrados, principalmente em Serra Leoa, Libéria e Guiné.
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* AFP