O enviado dos Estados Unidos para a guerra na Ucrânia, o ex-general Keith Kellogg, declarou neste domingo (2) que tanto Kiev quanto Moscou devem fazer concessões para pôr fim ao conflito de quase três anos após a invasão russa.
"Os dois lados têm que fazer concessões. Assim funcionam as negociações", disse Kellogg em entrevista ao canal Fox News após uma recente visita à Ucrânia.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, "já indicou que suavizará sua posição sobre o território", afirmou Kellogg, acrescentando que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "também terá que suavizar suas posições".
Há muito tempo, Zelensky rejeita qualquer concessão territorial à Rússia, cujas tropas controlam uma grande faixa do sudeste da Ucrânia, em meio a pressões pelas perdas no campo de batalha e pela incerteza sobre a continuidade do apoio dos Estados Unidos.
Por sua vez, a Rússia tem buscado garantias para que a Ucrânia nunca faça parte da Otan.
Trump prometeu durante sua campanha pôr fim rapidamente ao conflito, mas deu poucos detalhes sobre como alcançaria esse objetivo.
"A única pessoa com quem Putin está realmente pronto para discutir, como já denegriu outros líderes, é com o presidente Trump", disse Kellogg.
Putin afirmou na terça-feira que seu país participaria de conversas de paz com a Ucrânia, mas se recusa a dialogar diretamente com Zelensky por considerá-lo "ilegítimo", devido ao fato de seu mandato ter expirado.
A Ucrânia não realizou eleições desde o início da guerra e aplica uma lei marcial que, segundo Kellogg, é permitida pela Constituição ucraniana.
Zelensky respondeu que seu par russo tem "medo" das negociações e o acusou de usar "truques cínicos" para prolongar o conflito, que está prestes a completar três anos.
Trump tem pressionado ambos os lados para que ponham fim à guerra, ameaçando, por exemplo, a Rússia com o reforço das sanções. Enquanto isso, diz que Zelensky está pronto para negociar um "acordo" para interromper os combates.
* AFP