A Suíça impediu o artista dissidente chinês Ai Weiwei de entrar em seu território por falta de documentos de viagem adequados, anunciou a polícia de Zurique nesta terça-feira (11)
Em uma publicação no Instagram na noite de segunda-feira, o artista alegou que sua entrada foi negada ao chegar à Suíça em um voo de Londres.
"Vou dormir em um banco esta noite com um cobertor, esperando ser expulso amanhã de manhã às 06h50", escreveu ele.
Na manhã desta terça-feira, ele postou um vídeo seu dirigindo um carro elétrico por um terminal quase vazio no aeroporto de Zurique antes de seu voo de volta para Londres.
Questionada, a polícia disse à AFP que "Weiwei, como cidadão chinês, não tinha os documentos de viagem necessários" para entrar em território suíço.
"Como costuma acontecer, Weiwei permaneceu na zona de trânsito até seu voo de volta ao aeroporto de origem", acrescentou a polícia, enfatizando que o artista "nunca foi detido e sempre pôde se movimentar livremente".
Filho de um poeta reverenciado por antigos líderes comunistas, Ai Weiwei, de 67 anos, é talvez o artista moderno mais conhecido da China, tendo contribuído para o projeto do famoso estádio Ninho de Pássaro para as Olimpíadas de Pequim de 2008.
No entanto, ele caiu em desgraça após criticar o governo chinês e foi preso por 81 dias em 2011. Ele acabou deixando a China e se mudou para a Alemanha quatro anos depois.
O artista, que vive com o filho em Portugal desde 2019, já visitou a Suíça em diversas ocasiões para participar de eventos culturais e expor seu trabalho. Sua última visita foi em 2023.
* AFP