O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, visitou neste domingo (2) o Canal do Panamá, cujo controle o presidente Donald Trump deseja retomar, alegando que a via estaria sob a influência da China.
Rubio foi ao centro de controle das esclusas de Miraflores, no Pacífico, na Cidade do Panamá, onde foi recebido pelo administrador da via interoceânica, Ricaurte Vásquez, constatou um jornalista da AFP.
O chefe da diplomacia americana observou a passagem de um navio-tanque de transporte de gás e conversou com funcionários da Autoridade do Canal do Panamá (ACP), a entidade autônoma que administra a rota.
Rubio chegou às esclusas após se reunir mais cedo com o presidente panamenho, José Raúl Mulino, a quem advertiu que seu país tomará medidas caso a suposta influência da China sobre o canal continue.
Mulino, que nega a ingerência chinesa, propôs que uma "equipe técnica" da ACP esclarecesse qualquer dúvida de Washington sobre o assunto, afirmando não ver uma "ameaça real" sobre a via, especialmente uma intervenção militar.
Trump não descartou o uso da força militar para "recuperar" o canal, que foi construído pelos Estados Unidos e entregue ao Panamá em dezembro de 1999, com base em tratados bilaterais de 1977.
Embora a via interoceânica seja administrada pela ACP, Washington alega que a China tem influência por meio de uma empresa de Hong Kong que opera portos nas duas entradas do canal, por onde passa 5% do comércio marítimo mundial e 40% do tráfego de contêineres dos Estados Unidos.
O secretário de Estado afirmou que a China poderia bloquear a rota em um eventual conflito, o que a torna estratégica para a segurança dos Estados Unidos.
De acordo com a administração do Canal do Panamá, os Estados Unidos, com 74% da carga, e a China, com 21%, são os principais usuários da via.
* AFP