Os preços do petróleo fecharam sem tendência definida nesta terça-feira (4), lastreados pela nova guerra comercial entre China e Estados Unidos, mas animados com a perspectiva de medidas mais duras do governo americano contra o Irã.
O preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em abril subiu 0,32% para 76,20 dólares.
Seu equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate, para entrega em março, recuou 0,63% para 72,70 dólares.
O petróleo foi afetado, nesta terça, "pelas tarifas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos à China e pelas impostas pela China em represália aos Estados Unidos", resumiu à AFP Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
Nesta terça, os Estados Unidos aumentaram em 10% as tarifas alfandegárias sobre todos os produtos importados da China.
Poucos minutos depois, Pequim anunciou que imporia tarifas de 10% ao petróleo americano e outros produtos procedentes dos Estados Unidos, como certos veículos, a partir de 10 de fevereiro.
A China também tem previsto taxar em 15% as importações de carvão e gás natural (GNL) americanas.
"A questão-chave é para onde vamos a partir daqui: este é o começo de uma guerra comercial de represália entre as duas maiores economias do mundo?", perguntou-se Jorge León, da Rystad Energy, entrevistado pela AFP.
"Se for assim, o risco de um enfraquecimento do crescimento econômico mundial seria significativo", acrescentou.
As duas potências são, com diferenças, os dois maiores consumidores globais de petróleo, e qualquer desaceleração de suas respectivas economias também pesaria nos preços.
Os preços do petróleo subiram depois que veículos de comunicação americanos noticiaram que "os Estados Unidos tomarão medidas mais enérgicas contra o Irã e aplicarão sanções" contra o país, segundo Lipow.
O Irã era o nono produtor mundial de petróleo em 2023, segundo a Agência de Informação de Energia dos EUA, e tem as terceiras maiores reservas comprovadas, atrás da Venezuela e da Arábia Saudita.
* AFP