O bilionário Elon Musk chamou, neste domingo (2), a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês) de "organização criminosa", após o presidente Donald Trump decidir congelar as ajudas de Washington a outros países por três meses.
"Usaid é uma organização criminosa", escreveu Musk em sua rede social X, ao responder a um vídeo no qual a agência é acusada de estar supostamente envolvida "em trabalhos sujos da CIA" e na "censura da internet".
O assessor de Trump e dono da SpaceX foi além em outra mensagem. Sem apresentar provas, perguntou a seus 215 milhões de seguidores: "Vocês sabiam que a Usaid, usando SEUS impostos, financiou pesquisas sobre armas biológicas, incluindo a covid-19, que matou milhões de pessoas?".
O empresário não forneceu mais detalhes sobre tais acusações, que funcionários da administração anterior, do democrata Joe Biden, haviam vinculado a uma campanha de desinformação russa.
Desde que o presidente republicano congelou as ajudas internacionais, os trabalhadores humanitários afirmam que há muita incerteza e que o impacto da medida já é sentido entre os mais vulneráveis do mundo.
À frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), Musk recebeu de Trump a tarefa de reduzir os postos de trabalho no governo e o que considera gastos desnecessários.
Alguns relatórios indicam que Trump deseja incorporar a Usaid à estrutura do Departamento de Estado, mas sua equipe não respondeu a um pedido de comentários da AFP.
A conta da agência no X foi desativada e seu site segue sem funcionar neste domingo.
A Usaid, uma agência independente criada por uma lei do Congresso, tem um orçamento de 42,8 bilhões de dólares destinados a ajuda humanitária e assistência ao desenvolvimento em todo o mundo.
A CNN informou que dois altos funcionários de segurança da Usaid foram demitidos após impedirem o pessoal do Doge de acessar documentos sigilosos.
O Doge também solicitou acesso a arquivos dos funcionários e ao sistema de segurança da sede da agência, segundo a emissora, que citou várias fontes.
* AFP