O movimento palestino Jihad Islâmica acusou, nesta segunda-feira (24), Israel de querer "anexar a Cisjordânia à força", depois que Israel instalou tanques no território ocupado pela primeira vez em décadas.
Israel anunciou, no domingo, que seu exército evacuou três campos de refugiados palestinos no norte da Cisjordânia ocupada onde vem realizando uma grande operação militar no último mês, e disse que seus soldados permaneceriam lá por vários meses.
O exército também anunciou a implantação de uma divisão de tanques na cidade de Jenin, a primeira desde o fim da segunda intifada em 2005.
A Jihad Islâmica afirmou em um comunicado que o uso de tanques por parte de Israel e a evacuação de três campos de refugiados palestinos "confirma os planos da ocupação de anexar a Cisjordânia à força".
O grupo islamista, que travou uma guerra com o Hamas contra Israel em Gaza até a entrada em vigor de um cessar-fogo no mês passado, classificou a ação como um "novo ato de agressão".
O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, declarou no domingo que "40 mil palestinos foram evacuados dos campos de refugiados de Jenin, Tulkarem e Nur Shams, e estes campos agora estão vazios".
Desde o começo, em 21 de janeiro, a operação israelense deixou ao menos 51 mortos - entre eles 7 crianças - e 40 mil deslocados no norte da Cisjordânia, ocupada desde 1967 por Israel, segundo a ONU.
A violência se intensificou na Cisjordânia desde o começo da guerra na Faixa de Gaza.
Ao menos 900 palestinos, entre eles milicianos, foram mortos por soldados israelenses ou colonos desde então, de acordo com dados do Ministério da Saúde palestino.
Até o momento, 32 israelenses, incluindo soldados, foram mortos em ataques palestinos ou durante operações militares israelenses no mesmo período, de acordo com dados oficiais de Israel.
* AFP