Os Estados Unidos afirmaram, na quarta-feira (5), que concederam uma isenção ao congelamento da ajuda do presidente Donald Trump para permitir que milhões de dólares sejam enviados para uma missão de segurança no Haiti, embora parte da assistência esteja suspensa.
"Os Estados Unidos não suspenderam toda a assistência à Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti", disse um porta-voz do Departamento de Estado quando o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, desembarcou na República Dominicana, onde espera discutir a crise migratória haitiana.
Rubio, que está em sua primeira viagem à América Latina, deu sinal verde para US$ 40,7 milhões (R$ 236 milhões) em assistência à Polícia Nacional do Haiti e à missão multinacional, acrescentou o porta-voz.
O anúncio foi feito um dia após a ONU informar que o governo dos EUA a notificou sobre o congelamento de uma contribuição de US$ 13,3 milhões (R$ 77 milhões) para um fundo mais amplo para a missão.
O Departamento de Estado não negou a suspensão, mas disse que era uma pequena fração de sua contribuição total.
Na terça-feira, os Estados Unidos entregaram equipamento blindado pesado à força de segurança liderada pelo Quênia e à polícia haitiana, acrescentou o porta-voz.
O governo do ex-presidente americano, Joe Biden, trabalhou para estabelecer uma força internacional para levar estabilidade ao Haiti, onde gangues tomaram o controle de grande parte da capital, Porto Príncipe.
Biden ofereceu apoio financeiro e logístico, mas não enviou tropas. Enquanto isso, Trump, ao assumir o poder, decidiu cortar o financiamento dos EUA e deu ordens para fechar as operações da principal agência de ajuda do governo, a Usaid.
- Migração -
Nesta primeira viagem, Rubio se concentrou em promover a meta de Trump de deter a migração e enviar de volta as pessoas sem documentos.
El Salvador, Guatemala e Panamá se ofereceram para aumentar a cooperação em questões migratórias durante as escalas anteriores de Rubio.
O chefe da diplomacia americana se encontrará nesta quinta-feira com o presidente dominicano, Luis Abinader, que adotou uma linha dura semelhante à de Trump, embora contra imigrantes de seu vizinho Haiti, aumentando as deportações e construindo um muro na fronteira.
No final de janeiro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que Porto Príncipe poderia ser invadida por gangues se a comunidade internacional não intensificasse a ajuda à missão de segurança.
O ministro das Relações Exteriores do Haiti, Jean-Victor Harvel Jean-Baptiste, alertou em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU que seu país enfrenta "grandes dificuldades" que ameaçam não apenas a população, mas também "a própria sobrevivência do Estado".
* AFP