A China não atingiu uma meta climática importante para 2024 e suas emissões de carbono aumentaram, apesar das melhorias recordes em energia renovável, mostraram dados oficiais nesta sexta-feira (28).
A intensidade de carbono, que mede as emissões de dióxido de carbono por unidade do PIB, caiu 3,4% no ano passado, informou o escritório nacional de estatísticas.
Mas a queda é menor que a meta oficial, que era de -3,9%. Um revés que dificulta a ambição de Pequim de reduzir sua intensidade de carbono em 18% entre 2020 e 2025.
Além disso, as emissões totais de carbono continuaram crescendo, segundo a mesma fonte.
Sob o Acordo de Paris, os países apresentam planos a cada cinco anos sobre como pretendem contribuir para limitar o aumento das temperaturas até 2035, de acordo com os objetivos globais estabelecidos no acordo.
A China prometeu reduzir sua intensidade de carbono em mais de 65% até 2030, em comparação aos níveis de 2005.
No entanto, os dados mostram que será "extremamente difícil" para a China manter seu compromisso, disse Lauri Myllyvirta, analista do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (Crea, na siga em inglês), sediado na Finlândia.
"Mesmo sob hipóteses otimistas para 2025, a intensidade das emissões de dióxido de carbono precisará cair 22% no período de 2026-2030 para atingir a principal meta da China no Acordo de Paris", acrescentou.
O gigante asiático continua sendo o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, responsáveis pela mudança climática, embora esteja investindo maciçamente em energias renováveis.
* AFP