O acusado de assassinar três pessoas, entre elas uma franco-brasileira, em 2020 na basílica de Nice reconheceu os fatos nesta segunda-feira durante seu julgamento em Paris, confessando que agiu para "vingar os muçulmanos" assassinados pelos ocidentais.
"Sim, reconheço os fatos", declarou Brahim Aouissaoui, de 25 anos e nacionalidade tunesina, que pode ser condenado à prisão perpétua por assassinatos e tentativas de assassinatos terroristas neste templo do sudeste da França.
Aouissaoui admitiu pela primeira vez ser o autor do ataque com uma faca de cozinha que tirou a vida de Nadine Vincent, uma paroquiana de 60 anos, Vincent Loquès, 55 anos, e Simone Barreto Silva, uma franco-brasileira de 44 anos, em 29 de outubro de 2020.
"Não sou um terrorista, sou um muçulmano", disse o acusado em árabe, e suas palavras foram traduzidas por um intérprete.
O jovem, muito magro, disse que "todos os dias há muçulmanos que morrem". "Vocês matam muçulmanos todos os dias e não se importam", acrescentou.
"O Ocidente mata muçulmanos inocentes indiscriminadamente", disse Aouissaoui, acrescentando que a escolha das vítimas foi "aleatória".
"Eu não planejei nada", mas os assassinatos foram "legítimos", afirmou em resposta às perguntas do presidente do tribunal, Christophe Petiteau.
O ataque ocorreu menos de duas semanas após um professor de História ter sido decapitado em um subúrbio de Paris por mostrar caricaturas do profeta Maomé em uma aula sobre liberdade de expressão.
O julgamento deve terminar na quarta-feira.
* AFP