O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, afirmou nesta sexta-feira, 24, que espera que a União Europeia (UE) intervenha em uma disputa de gás entre seu país e a Ucrânia, um possível sinal de atrito nas próximas discussões do bloco sobre a renovação de sanções contra a Rússia. Em entrevista à rádio estatal, Orbán criticou a decisão da Ucrânia de interromper o trânsito de gás russo para a Europa Central pelo gasoduto Brotherhood, o que forçou a Hungria a buscar rotas alternativas e elevou os preços de energia.
Além disso, o premiê afirmou que as sanções da UE contra a Rússia, impostas devido à guerra na Ucrânia, custaram à Hungria 19 bilhões de euros desde o início da invasão em larga escala em fevereiro de 2022.
Orbán, no entanto, não deu explicações de como esse valor foi calculado. "Não é justo que paguemos pelas consequências econômicas das sanções para ajudar a Ucrânia, enquanto eles os ucranianos viram as costas e nos prejudicam", disse, referindo-se à decisão de Kiev de permitir que o contrato de trânsito de gás pré-guerra com a Rússia expire no final de 2024.
Com a UE se preparando para renovar as sanções contra Moscou na próxima semana, com a exigência de unanimidade dos 27 líderes do bloco, a Hungria sinalizou que pode usar seu veto para bloquear as medidas punitivas. Fonte: Associated Press