Em uma resolução não vinculativa, o Parlamento Europeu condenou, nesta quinta-feira (23), a "usurpação da presidência" na Venezuela por Nicolás Maduro e disse que o gesto constitui uma "tentativa ilegal de permanecer no poder pela força".
De acordo com os eurodeputados, a UE e seus países-membros têm o "dever moral" de se alinhar à oposição a Maduro.
O documento "insta a UE e seus Estados-membros e todos os atores democráticos regionais e internacionais a apoiarem incondicionalmente, como um dever moral, as forças democráticas na Venezuela".
O texto foi aprovado por 374 votos a favor, 53 contra e 163 abstenções.
Na resolução, os eurodeputados observaram que o Poder Legislativo da UE "reconheceu Edmundo González Urrutia como o legítimo vencedor das eleições presidenciais" realizadas na Venezuela em 28 de julho de 2024.
"Maduro não tem legitimidade democrática, portanto não é reconhecido pelo Parlamento", diz o documento.
Após as eleições, González Urrutia exilou-se na Espanha. Em 10 de janeiro, Maduro foi formalmente empossado como presidente da Venezuela.
Na resolução desta quinta-feira, os eurodeputados exigiram que o governo venezuelano "revogue a ordem de prisão injustificada emitida contra o presidente eleito González Urrutia".
"No dilema entre democracia e ditadura, não há espaço para ambiguidades ou compromissos intermediários", observaram os legisladores europeus em sua resolução.
Em 10 de outubro, em uma declaração em nome dos 27 países da UE, a chefe da diplomacia do bloco, Kaja Kallas, disse que Maduro "não tem a legitimidade de um presidente eleito democraticamente".
"Milhões de venezuelanos votaram a favor da mudança democrática, apoiando González Urrutia por uma maioria significativa, de acordo com cópias públicas de registros eleitorais", disse Kallas na nota.
* AFP