Dois oficiais do Hamas acusaram Israel, nesta quarta-feira (29), de atrasar a entrega de ajuda humanitária vital a Gaza, conforme estabelecido no acordo de trégua, e alertaram que isso poderia afetar a libertação dos reféns.
"Alertamos que atrasos contínuos e a falha em abordar esses pontos (entrega de ajuda essencial) afetarão o progresso natural do acordo, incluindo a troca de prisioneiros", disse um alto funcionário do Hamas à AFP, falando sob condição de anonimato.
Outra autoridade, que também falou sob condição de anonimato, disse que o grupo pediu que os mediadores interviessem no assunto.
Autoridades do Hamas disseram que Israel não estava enviando ajuda essencial - como combustível, barracas, maquinário pesado e outros equipamentos - para a Faixa de Gaza, conforme o estabelecido para cumprir a primeira fase do cessar-fogo que entrou em vigor em 19 de janeiro.
"Segundo o acordo, esses materiais deveriam entrar durante a primeira semana da trégua", disse o responsável do Hamas.
"Há descontentamento entre as facções da resistência devido ao atraso da ocupação e sua incapacidade de implementar os termos do cessar-fogo, particularmente no que diz respeito aos aspectos humanitários", afirmou.
Os líderes disseram que o grupo levantou a questão durante uma reunião com mediadores egípcios no Cairo nesta quarta-feira.
"Esperamos e pedimos que os mediadores e os garantes façam todo o possível para assegurar que a ocupação implemente os termos do acordo e permita a entrada desses materiais", acrescentou.
A última advertência do Hamas ocorre no momento em que o grupo deve libertar três reféns, incluindo duas mulheres, na quinta-feira.
Mais três reféns serão libertados no sábado.
Israel e o Hamas atualmente implementam a primeira fase de 42 dias de um acordo de trégua que visa acabar com a guerra em Gaza.
Pelo acordo, sete reféns israelenses já foram libertados em troca de 290 prisioneiros, quase todos palestinos, exceto um jordaniano.
* AFP