O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, expressou nesta quinta-feira (13) a confiança de que a França continuará sendo um aliado "firme e importante", independente do resultado das eleições legislativas antecipadas marcadas para 30 de junho e 7 de julho.
"Independente dos diferentes partidos eleitos e das diferentes maiorias nos Parlamentos, sempre observamos que aliados da Otan permaneceram empenhados (...) Confio que a França continuará sendo um aliado firme e importante", afirmou.
Antes de uma reunião dos ministros da Defesa da Otan, Stoltenberg recordou que a aliança tem 32 membros. "Temos eleições em todos os países e são eleitos diferentes partidos, diferentes governos, e isso é parte da história da Otan há 75 anos".
O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, afirmou na "qualquer que seja o resultado das eleições, vejo a França como parte integral da Otan".
Nas eleições europeias do domingo passado, o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (RN) conseguiu uma vitória tão ampla que o presidente francês, Emmanuel Macron, dissolveu o Parlamento e convocou eleições legislativas antecipadas.
Este cenário provocou muitas dúvidas sobre a relação que um governo francês liderado pelo RN pode ter com a Otan. Em seu programa eleitoral de 2022, o partido afirmava que o país deveria abandonar o Comando Integrado da Otan, mas não defendia a saída completa da aliança militar.
O principal candidato do RN nas eleições europeias, Jordan Bardella, condicionou, no entanto, o gesto à "estabilização da situação na Ucrânia".
Macron acusou o RN de manter uma posição "ambígua" sobre a Rússia e a possibilidade de uma saída da Otan.
A França já se retirou do Comando Militar Integrado da Otan em 1966, um passo que motivou a transferência da sede da aliança de Paris para Bruxelas. O gesto só foi revertido em 2009.
* AFP