A opositora venezuelana María Corina Machado, alvo de uma inabilitação política que a impediria de enfrentar o presidente Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho, pediu no domingo "serenidade" antes do início do registro das candidaturas esta semana, sem explicar quais serão suas próximas ações.
O prazo de apresentação de candidaturas será de 21 a 25 de março. Setores da oposição apresentaram a proposta de substituir Machado devido à proibição de 15 anos do exercício de cargos públicos imposta à ex-deputada liberal, que rejeita a punição e afirma que prossegue em campanha.
"A cada venezolano, tenham a tranquilidade e a confiança de que tomarei as decisões corretas para avançar(...). Serenidade e firmeza para avançar, nunca retroceder", afirmou Machado, favorita nas pesquisas, em um vídeo publicado nas redes sociais.
"O regime quer competir contra candidatos falsamente opositores, escolhidos pela cúpula de Miraflores (o palácio presidencial)", acrescentou María Corina Machado, que venceu com folga as primárias da principal aliança de oposição.
Maduro, no poder desde 2013 e que aspira um terceiro mandato presidencial de seis anos, foi anunciado pelo governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) como candidato à reeleição.
Machado acusou o presidente de violar um acordo assinado no ano passado pelo governo e a oposição em Barbados, uma negociação que teve mediação da Noruega, para a organização das eleições presidenciais.
"A comunidade internacional se comprometeu com o acordo de Barbados e deixou claro que este ano devem acontecer eleições livres e justas no que diz respeito à candidatura que o povo escolheu para derrotar Nicolás Maduro", disse Machado.
A Controladoria, que emite as inabilitações, tem competência, segundo a lei, para adotar medidas contra funcionários sob investigação, apesar de a Constituição estabelecer que apenas uma decisão judicial "definitivamente confirmada" impede a candidatura à presidência.
* AFP