O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, visitou, nesta quarta-feira (7), a usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, controlada pela Rússia, e disse que há menos "ataques diretos" perto do local.
"Notamos que, em conformidade com os cinco princípios básicos estabelecidos pelo Conselho de Segurança da ONU, a integridade física da usina permaneceu bastante estável", afirmou, segundo um comunicado da AIEA.
"Houve menos episódios de ataques diretos ou bombardeios nos arredores [da usina], o que é um fato positivo, embora o tomemos com muita cautela", disse.
O local, nas mãos das tropas de Moscou desde março de 2022, está no centro da guerra entre Ucrânia e Rússia. A usina está localizada no sul do país, às margens do rio Dnieper, que serve como uma linha de frente natural.
A usina foi alvo de disparos e foi desligada da rede elétrica em diversas ocasiões, o que aumentou o temor de um acidente nuclear.
Kiev e Moscou acusam-se mutuamente de quererem causar uma catástrofe. Durante sua visita às instalações nesta quarta-feira, Grossi mencionou o abastecimento de água da usina, fundamental para garantir seu resfriamento.
"As questões de pessoal e a necessidade de garantir disponibilidade suficiente de licenças e pessoal autorizado também fizeram parte das discussões que tivemos", acrescentou.
A AIEA anunciou em 1º de fevereiro que os russos recusaram o acesso dos funcionários da Energoatom, a operadora nacional ucraniana, responsável em parte pelas operações diárias da usina.
Atualmente, 4.500 pessoas trabalham sob a autoridade russa, segundo dados fornecidos aos especialistas da AIEA que estão permanentemente no local. Antes da guerra, a usina contava com cerca de 11.500 funcionários.
* AFP