A mais alta instância judicial das Nações Unidas anunciou, nesta quarta-feira (24), que emitirá, na próxima sexta, seu primeiro veredicto sobre as medidas urgentes exigidas pela África do Sul, que acusa Israel de "genocídio" na Faixa de Gaza.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, tem competência para ordenar, por exemplo, a cessação da ofensiva militar contra Gaza, desencadeada pela incursão letal lançada em 7 de outubro por combatentes do movimento islamista Hamas no sul de Israel.
Israel foi levado ao tribunal pela África do Sul, que alega a violação da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio da ONU, assinada em 1948 como uma resposta do mundo ao Holocausto.
Pretória quer que o CIJ emita as chamadas "medidas provisórias", ordens de emergência para proteger os palestinos em Gaza.
As ordens da Corte são legalmente vinculativas e não podem ser apeladas. No entanto, este tribunal tem pouco poder para fazer cumprir suas decisões.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já deu a entender que não se sentiria vinculado por qualquer ordem da CIJ.
A Corte Internacional de Justiça está decidindo apenas sobre o apelo da África do Sul por medidas de emergência, não sobre se Israel estaria de fato cometendo genocídio, o que levará anos.
Uma decisão do ICJ contra Israel aumentaria a pressão política sobre o país e muitos especulam que poderia servir como pretexto para sanções.
* AFP