Milhares de pessoas se manifestaram nesta quinta-feira (30) em Tel Aviv a favor do projeto de reforma judicial proposto pelo governo de Israel, que mergulhou o país em uma crise política.
"O povo exige uma reforma judicial", gritaram os manifestantes, no primeiro grande protesto organizado em apoio ao projeto de lei apresentado em janeiro pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que anunciou nesta semana "uma pausa" no exame legislativo de sua reforma polêmica, após quase três meses de protestos, o início de uma greve geral e divisões dentro da maioria governista.
"Estamos em uma democracia, vencemos, e não é normal que não nos deixem governar como a maioria gostaria", reclamou o economista de 52 anos Meirav Reuven, que saiu de Ashdod (sul) para apoiar Netanyahu e o ministro da Justiça israelense, Yariv Levin.
O governo afirma que a reforma pretende reequilibrar os poderes, dando maiores responsabilidades ao Parlamento em detrimento da Suprema Corte, que considera politizada. Seus oponentes alegam, ao contrário, que a reforma compromete a independência do judiciário e corre o risco de abrir a porta para um caminho autoritário.
"Não concordo, acho que a democracia é a vontade do povo, é o que o povo quer. Não é normal que uma minoria na Suprema Corte determine a política do país, não deve ser assim", declarou Yahel, 28, que trabalha no setor de turismo.
Desde janeiro, foram convocadas manifestações quase semanais nas noites de sábado contra o projeto. O presidente israelense, Isaac Herzog, organizou nesta semana "uma reunião de diálogo" entre partidos governistas e opositores sobre a reforma, mas comentaristas políticos e líderes da oposição se mostram céticos quanto às chances de sucesso da mediação presidencial.
* AFP