Os israelenses, que se opõem à polêmica reforma judiciária do governo de Benjamin Netanyahu, manifestaram-se no aeroporto de Tel Aviv nesta quarta-feira (15), de onde o primeiro-ministro deve partir para uma visita oficial a Berlim.
Os manifestantes colocaram cartazes com frases como "Não volte!", ou "Ditador em fuga", nos terminais do aeroporto Ben Gurion, observou um jornalista da AFP.
Desde o anúncio do projeto de lei no início de janeiro, houve grandes manifestações no país.
Os manifestantes veem na reforma - que pretende limitar as prerrogativas da Suprema Corte - uma ameaça à democracia.
No início da tarde, um comboio de veículos com bandeiras israelenses circulava entre os terminais, dificultando o acesso ao aeroporto.
O comboio é formado por veteranos do Exército israelense. Alguns deles participaram da operação de 1976 em Entebbe, Uganda, para libertar reféns de um voo Tel Aviv-Paris. A aeronave foi sequestrada por combatentes palestinos e alemães. O irmão do premiê, Yoni, morreu no episódio.
Os manifestantes denunciam, em bloco, a reforma do sistema judicial, mas também a política geral do governo. Para eles, o primeiro-ministro, acusado de corrupção em uma série de casos, busca usar a lei para anular um eventual julgamento que poderia condená-lo.
Na terça-feira (14), o Parlamento aprovou em primeira leitura um dispositivo que permite anular certas decisões da Suprema Corte por maioria simples, ou seja, 61 dos 120 deputados.
* AFP