O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, candidato à reeleição, confirmou nesta sexta-feira (10) a abertura da campanha para as eleições presidenciais e legislativas em 14 de maio e disse querer "curar as feridas" após o terremoto que deixou mais de 46 mil mortos no país.
"O decreto será publicado amanhã [sábado] no Diário Oficial", disse o chefe de Estado de Ancara.
"Queremos fazer do 14 de maio a data que apagará o impacto da destruição de 6 de fevereiro", disse o presidente turco, no poder desde 2003, ano em que se tornou primeiro-ministro.
Erdogan justificou a decisão de manter a data marcada para as eleições apesar do terremoto, alegando que "a Turquia não tem tempo a perder nem pode se distrair ou desperdiçar energia".
"A agenda da nossa campanha estará centrada nos esforços para curar as feridas e compensar os danos econômicos e sociais causados pelo terremoto", anunciou.
"A Turquia não pode olhar para o futuro com confiança sem superar a destruição causada pelo terremoto de 6 de fevereiro e compensar suas perdas econômicas, sociais e psicológicas", insistiu.
O presidente prometeu reconstruir as áreas afetadas "em um ano". O tremor de magnitude 7,8 destruiu quase 278.000 prédios e deslocou mais de 3 milhões de pessoas.
Nos três primeiros dias após os tremores, a oposição denunciou a demora na chegada das equipes de resgate e as falhas nas normas de construções antissísmicas.
Erdogan vai enfrentar o candidato designado na segunda-feira por uma plataforma de seis partidos da oposição, Kemal Kiliçdaroglu, líder do social-democrata CHP.
O CHP foi criado pelo fundador e primeiro presidente da República turca, Mustafa Kemal Atatürk.
"A Turquia precisa disso. Precisa de eleições, de mudanças", reagiu Kiliçdaroglu após as declarações de Erdogan.
"Hoje estamos muito perto de derrubar o trono de tiranos", disse esta semana, em relação ao atual presidente.
As pesquisas de opinião preveem uma eleição acirrada para o chefe de Estado turco.
* AFP